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1º Seminário Internacional de Discussão Climática do CRT-02

  • 27 de agosto de 2025

Em clima de COP 30, evento realizado na capital paraense reúne lideranças técnicas e representantes da sociedade civil para abordagens de questões relacionadas ao clima e ao desenvolvimento sustentável no planeta 

Solenidade de abertura do 1º Seminário Internacional de Discussão Climática do CRT-02, em Belém PA

No mês de novembro, as atenções do mundo estarão voltadas para Belém (PA), município escolhido para sediar a de 30ª Conferência das Partes (COP 30), evento global organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de debater e incrementar ações de proteção ao meio ambiente e combate às mudanças climáticas que colocam em risco a vida no planeta. A COP 30 marca também uma década da celebração do Acordo de Paris – assinado por 195 países –, mediante o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e fortalecer a adaptação às mudanças climáticas; em resumo, as nações desenvolvidas fornecendo aporte financeiro e tecnológico aos países com mais carências e dificuldades.

O Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 2ª Região (CRT-02) já se adiantou às discussões do assunto; e, em parceria com o Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT), a Federação Nacional dos Técnicos Industriais (FENTEC) e a Organização Internacional de Técnicos (OITEC), realizou, nos dias 20 e 21 de agosto de 2025, o 1º Seminário Internacional de Discussão Climática do CRT-02 (SIDCLIMA) com o tema central “COP 30 na Amazônia – Desafios e Soluções para um Futuro Climático Sustentável”, reunindo lideranças técnicas nacionais e internacionais, pesquisadores, cientistas, pensadores, representantes de organizações não governamentais e da sociedade em geral, para abordagem de ações relacionadas ao clima e ao desenvolvimento sustentável.

Realizado no Hotel Princesa Louçã, a solenidade de abertura contou com a presença do anfitrião João Batista Souza, presidente do CRT-02; de Ricardo Nerbas, presidente do CFT; de Wilson Wanderlei Vieira, presidente da FENTEC e da OITEC; do uruguaio Juan Dias Luthar, ex-presidente da OITEC; de Murilo Gonçalves, assessor parlamentar do deputado Fábio Freitas, entre outras autoridades. “O SIDCLIMA nasce com o propósito de estabelecer debates qualificados, para que a sociedade também possa opinar sobre as mudanças climáticas. Teremos palestras, painéis e discussões importantes que nos levam a refletir como os técnicos podem – e devem – estar alinhados com as questões ambientais”, adiantou João Batista Souza. “Que seja um encontro de aprendizado e de conexão, e que possamos sair com mais conhecimentos e compromissos com um mundo mais sustentável”, acrescenta.

Ciclo de palestras – Após as exposições iniciais dos componentes da mesa solene, iniciaram os ciclos de palestras, em forma de painéis. Primeiramente o advogado, Antônio Fernandes, palestrou sobre “A Íntima Relação do Técnico Industrial com a Sustentabilidade Socioambiental no Enfoque da COP 30”. Ele é especialista em direito ambiental, gestão portuária e direito notarial e registral, além de consultor nas áreas ambiental, agrária, urbanística, fundiária, sucessão e planejamento sucessório.

Antônio Fernandes: “A Íntima Relação do Técnico Industrial com a Sustentabilidade Socioambiental no Enfoque da COP 30”

Na sequência, Wilson Wanderlei Vieira, presidente da FENTEC e da OITEC, fez o papel de moderador no painel “Os Desafios Climáticos e o Papel dos Sindicatos: Estratégias de Organização e Proposições Sindicais

Rumo à COP 30”, formado por Nelson de Chueri Karam, membro do conselho de administração do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e do conselho consultivo da sociedade civil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); e por Nilton Freitas, arquiteto, engenheiro de segurança e mestre em saúde pública, com ampla atuação no

Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (DIESAT), na Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO), e na Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Wilson Wanderlei Vieira, Nelson de Chueri Karam e Nilton Freitas: “Os Desafios Climáticos e o Papel dos Sindicatos: Estratégias de Organização e Proposições Sindicais Rumo à COP 30”

 

Advogada especialista em direito coletivo do trabalho na defesa dos direitos trabalhistas, Zilmara Alencar, que é também consultora jurídica do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), fez uso de todo seu conhecimento e experiência sindical ao palestrar sobre “Justiça Climática”.

Zilmara Alencar: “Justiça Climática”

 

 

 

Heliene Margareth trouxe à tona o tema “Mineração Sustentável: Benefícios e Impactos”. Com uma carreira marcada pela liderança e inovação, a administradora de empresas é diretora da HVH Consultoria Empresarial e da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Mariana (ACIAM). Também atua como especialista em gestão ambiental, qualidade e estratégia de pessoas.

Heliene Margareth: “Mineração Sustentável: Benefícios e Impactos”

Para encerrar as atividades do dia, a palestrante Daniela Genu dissertou sobre “Política e Práticas Corporativas para o Desenvolvimento Sustentável e a Proteção da Amazônia”. Na construção de sua trajetória profissional, ela tornou-se cientista ambiental e gerente de relacionamento e meio ambiente da VALE S.A. Também lidera estratégias socioambientais região amazônica e coordena iniciativas ligadas à COP 30, com foco em infraestrutura sustentável, engajamento multissetorial e legado positivo nos territórios abrangidos pela empresa.

Daniela Genú: “Política e Práticas Corporativas para o Desenvolvimento Sustentável e a Proteção da Amazônia”

“Governança Climática: Como Enfretamento das Mudanças Climáticas” foi o tema do painel de Renata Andrade, perita judicial ambiental, auditora internacional ambiental, assessora parlamentar no Senado Federal, presidente fundadora da Rede de Governança Climática de Sustentabilidade (RGCS), lançada oficialmente em 5 de junho de 2024, Dia Mundial do Meio Ambiente, com o objetivo de atuar na mitigação das ações climáticas que afetam o planeta.

Ao final de sua explanação, foram entregues os certificados do curso de capacitação “Governança Climática Estratégica para Conselhos Técnicos: Formação para Liderança e Tomada de Decisão”, promovido pela RGCS e ministrado por ela mesma no dia anterior, com o propósito de certificar os participantes como uma espécie de “Embaixadores do Clima”

Renata Andrade: “Governança Climática: Como Enfretamento das Mudanças Climáticas”; e entrega de certificados aos “Embaixadores do Clima”

Parlamentar com presença destacada em pautas ambientais e amazônicas, o senador Zequinha Marinho palestrou sobre “Financiamento Climático”. Ele também integra a Subcomissão Temporária de Acompanhamento da COP 30; o Grupo Parlamentar da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia, tipo de fórum de abrangência internacional para discussão e articulação de ações conjuntas em benefícios da região; e o Grupo de Trabalho sobre Regulamentação da Mineração em Terras Indígenas. De acordo com o atual presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, o objetivo do grupo é oferecer ao país uma proposta equilibrada, tecnicamente fundamentada e livre de contaminações ideológicas. “O Senado não quer um texto que legitime a exploração predatória de nossas riquezas, como já vimos tantas vezes no passado”, declarou, oportunamente.

Zequinha Marinho: “Financiamento Climático”

Eficiência energética e aprovação da Carta de Belém – Em tempos de COP 30, a transição energética não poderia deixar de estar entre as pautas de discussão no 1º SIDCLIMA; pois, inserir os Técnicos Industriais nas transformações voltadas a um desenvolvimento sustentável politicamente correto é essencial, considerando que são dezenas de modalidades técnicas com atribuições diretamente relacionadas aos recursos ambientais. Assim, otimizar processos de produção de energia ao mesmo tempo em que se minimizam os impactos socioambientais deve fazer parte do dia a dia da profissão técnica.

Vice-presidente do Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Rio Grande do Sul (CRT-RS), Elemar Schneider é especialista no assunto, sobretudo quando se fala em hidrogênio verde – a fonte de energia do futuro, que surge como processo mais viável para a descarbonização do planeta. Para contribuir com o conteúdo do 1º SIDCLIMA, ele trouxe importantes reflexões na palestra “Transição Energética e Hidrogênio Verde: Energia que Transforma”, com destaque para o papel das novas matrizes energéticas.

Para complementar o painel: “Cobre, Clima e Conflito: O Desafio Sustentável da Transição Energética”, com explanação do Técnico em Eletromecânica e representante do Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Estado de São Paulo (CRT-SP) na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Kleber Veloso, surgiu uma proposta para compor a Carta de Belém: “Implementação de tecnologias sustentáveis de baixo carbono, seguindo o exemplo de muitos países, cujo uso já é normatizado mediante comprovação científica, mas que ainda não foram normatizadas pela ABNT ou demais agências e/ou institutos nacionais responsáveis”.

Elemar Schneider: “Transição Energética e Hidrogênio Verde: Energia que Transforma”; e Kleber Veloso: “Cobre, Clima e Conflito: O Desafio Sustentável da Transição Energética”

No encerramento do 1º SIDCLIMA, o mestre de cerimônia e jornalista, Claiton César, procedeu à leitura da Carta de Belém, elaborada por um grupo de jornalistas composto especificamente para essa função. Aprovado e assinado pelas entidades signatárias, aval dos participantes como apoiadores da iniciativa, o documento será encaminhado à organização da COP 30, de maneira a inserir os Técnicos Industriais nas discussões e transformações necessárias para um desenvolvimento e um planeta autossustentável. Acesse a Carta de Belém. https://crt02.gov.br/wp-content/uploads/2025/08/AGOSTO-2025-1o-SEMINARIO-DE-DISCUSSAO-CLIMATICA-EM-BELEM-CARTA-DE-BELEM-ATUALIZADA.pdf

 

Assinatura da carta de Belém.

A transmissão, na íntegra, do 1º SIDCLIMA, está disponível no Canal do CRT-02 no YouTube.